SENTADO NA VARANDA

SENTADO NA VARANDA

Em uma tarde de verão sentado em uma cadeira velha de vime jeitosamente colocada em um canto de minha varanda decorada de samambaias vejo ao longe uma tempestade se armando. Vem ao longe com trovoes e relâmpagos anunciando sua chegada avisando para nos prepararmos e fecharmos nossas casas. E eu sentado em minha varanda admirando-a e temendo sua fúria. Os pássaros já não estão mais nas copas das arvores, já não cantam como trinta minutos atrás. Apenas procuram seus ninhos para se protegerem e protegerem seus filhotes. Os cães nas casas vizinhas a minha correm de um lado ao outro tentando sem sucesso soltar-se de suas correntes curtas impostas por seus donos, latem, resmungam, choram mas infelizmente suas correntes estão firmemente fixas ao chão deixando-os mesmo com sua força e fúria inertes á sua vontade. E eu aqui sentado em minha cadeira de vime pensando na vida e e nos problemas que as vezes surgem como as tempestades e nos deixam inertes, paralisados por algum tempo. Mas como elas, desaparecem depois que as enfrentamos da forma que se enfrenta uma tempestade. Com calma e esperando que ela diminua sua força para ai sim vermos quais foram os estragos deixados pela sua rápida passagem e então consertarmos tudo. E eu continuo sentado em minha varanda a olhar os cães pensando em uma maneira de ajuda los em sua agonia e solta-los de suas correntes apertadas e curtas mas nada me vem a cabeça. De repente vendo que tempestade está chegando próxima de minha região resolvo fazer alguma coisa e então levanto de minha confortável cadeira de vime entro em minha casa, fecho a porta e a cortina. Pronto o problema dos cães está resolvido. Com minha omissão covarde e tão comum nos dias de hoje entre nós seres humanos. O que os olhos não vêem o coração não sente não é mesmo.

Que pena!!!

Jaques Hercílio rosa

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